Óleo de cozinha: matéria-prima para biodiesel em um mundo super habitado

A população mundial está crescendo rapidamente. Com a descoberta de novos medicamentos, avanço em tratamentos de saúde e melhora nas condições sanitárias, não é de se espantar que o Fundo da População das Nações Unidas, Unfpa, lançou um relatório mostrando que somos 8 bilhões de pessoas no planeta. Com mais pessoas no mundo, aumenta o consumo – inclusive de combustíveis – e as pesquisas avançam para criar alternativas para uma futura sobrecarga na produção deste produto e o biocombustível é a opção mais viável.

Neste momento, o preço do petróleo alto em conjunto com as preocupações ambientais, fomenta o crescimento da procura pelo biodiesel, como explica Vitor Dalcin, CEO da Ambiental Santos – uma das maiores empresas de reciclagem de óleo vegetal de todo o Brasil:

“O consumo global de diesel de petróleo aumentou muito em uma década, saltando de 3,5 milhões de toneladas em 2010 para 3,9 milhões de toneladas em 2020. Para reduzir o consumo destes recursos minerais, o biodiesel passa a ser vista com bons olhos para tentar cobrir este aumento da demanda mundial com um pouco menos de impacto”

Óleo de cozinha: de vilão ambiental a salvador
Vitor lembra que os óleos vegetais usados na cozinha são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde do consumidor quando consumido excessivamente. Com as já citadas 8 bilhões de pessoas, é de se imaginar que o consumo deste produto também aumentou na culinária, fazendo do óleo de cozinha um ingrediente amplamente disponível.

“O óleo usado precisa ser descartado após o uso, principalmente após a fritura. O ideal é que este material seja usado como matéria-prima para o biodiesel, resolvendo o problema da contaminação causado pelo descarte irregular em rios, mananciais e solos, e fornecendo matéria-prima que será convertido em combustível para estas mesmas 8 bilhões de pessoas.”

Fonte praticamente infinita
A matemática de Vitor é direta: se as fontes minerais estão se esgotando diariamente, o óleo vegetal como base na produção de combustível é produzido em todo mundo. É mais econômico e ecologicamente mais correto.

“O biodiesel é derivado de diversas fontes que não combustíveis fósseis e já aparece como solução por várias razões, incluindo sua alta biodegradabilidade e menor toxicidade. Pensando no planeta, o biocombustível é melhor que o diesel de petróleo quando analisamos emissões de combustão em um ciclo de carbono fechado, ou seja, estados evoluindo para um combustível que contribui muito menos para o aquecimento global”.

Outra grande vantagem é que o biodiesel pode ser utilizado, sem problema algum, em motores diesel existentes com pouca ou nenhuma modificação. Vitor lembra que a presença de oxigênio no biodiesel, na maioria dos estudos, apontam em reduções significativas nas emissões de gases nocivos em escapamentos no comparativo com o diesel tradicional”

“Para alcançarmos um combustível totalmente originado pelo óleo vegetal ainda teremos que esperar novas pesquisas, mas muito em breve teremos combustão completa apenas com biodiesel. Para que isso seja possível, as pessoas precisam destinar óleo usado para reciclagem. Ele já seria descartado, então o que impede que este material volte para a cadeia produtiva como combustível?” questiona Vitor.

 

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