O óleo de cozinha é um dos resíduos mais poluentes do planeta. Apesar de ser nocivo para o meio ambiente, o óleo de cozinha é um subproduto que pode ser reaproveitado na cadeia produtiva, mas, para tanto, depende de reciclagem e da cadeia produtiva.
“Apesar de diversos estudos mostrando o impacto positivo, muitos mitos a respeito da reciclagem de óleo ainda atrapalham a iniciativa que, se devidamente aplicada, resolveria problemas como poluição de rios, lagos e até mesmo praias” explica Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos.
Mitos que precisam acabar
O principal fator que desmotiva pessoas a separarem o óleo vegetal usado são os mitos criados ao longo dos anos, Vitor listou dos principais sobre reciclagem de óleo e desmistificou cada um deles.
Mito 01: Reciclar pequenas quantidades de óleo não faz diferença
“Cada gota de óleo vegetal importa na reciclagem, qualquer quantidade jogado no meio ambiente impacta negativamente de alguma forma. Chega ao solo ou água e causa contaminação, mesmo que localmente. Um litro já é suficiente para impermeabilizar uma significativa quantidade de solo ou impedir que o oxigênio circule no ambiente aquático”
Mito 02: é complicado separar óleo usado para reciclagem
“Na verdade, basta esperar esfriar o óleo, armazenar em uma garrafa pet bem fechada e levar até um dos inúmeros pontos de coletas espalhados em pontos estratégicos, como escolas e supermercados. Condomínios podem utilizar unidades coletoras para receber o óleo dos moradores. Restaurantes e grandes geradores, como hospitais, podem armazenar e agendar a coleta com a vantagem de trocar o óleo usado por produtos de limpeza. Na verdade, o ato de separar o óleo é bem simples.”
Mito 03: o processo de reciclagem de óleo é demorado demais para ter algum impacto imediato
“As empresas que trabalham com reciclagem de óleo recebem enormes quantidades diariamente e o processo é contínuo. Todo óleo que chega já começa a ser tratado, nada fica estocado, o que faz desta operação um processo ágil e útil para o meio ambiente.”
Mito 04: óleo vegetal tem zero benefícios econômicos
“Muito pelo contrário. Ao retirar o óleo de ambientes como rios e terrenos baldios, reduz o valor gasto para manutenção desses espaços. Só o fato de não precisar despoluir águas e solo, que custam muito dinheiro, justifica a separação. E tem ainda o valor gasto para o conserto de tubulações particulares e o orçamento do poder público para arrumar estruturas internas de esgoto. O óleo vai se acumulando nas tubulações causando entupimentos que podem romper a estrutura, causando alagamentos” finaliza Vitor.