Em novembro de 2023, um caso de polícia chamou a atenção em Guarapuava, interior do Paraná, envolvendo coleta de óleo vegetal. Uma empresa local denunciou para a polícia militar um caso de estelionato. Uma van prata não autorizada começou a circular nos restaurantes para recolher óleo usado, se passando por funcionários desta empresa e coletar o material.
A suspeita começou quando vários restaurantes entraram em contato perguntando o motivo da coleta estar acontecendo aos finais de semana, sendo que a empresa realiza o serviço apenas em dias úteis. O caso já está sendo investigado, mas o alerta foi disparado:
“Esse problema acontece em várias cidades, a tática dessas quadrilhas é revender este óleo usado para o próprio comércio, filtrando e acrescentando aditivos para clarear o produto, um risco tanto ambiental quanto de saúde pública” explica Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos, empresa de reciclagem de óleo do Paraná e Santa Catarina.
O problema já começa com um veículo se passando por outra empresa, situação que infelizmente acontece em todas as cidades. O carro que recolhe o óleo realiza o transporte de maneira ilegal, podendo, derramar o óleo em ruas e outros espaços urbanos justamente por não ser um veículo preparado e autorizado para este serviço;
“Este óleo é resíduo impróprio para o consumo. Foi usado inúmeras vezes e estará possivelmente armazenado de maneira equivocada, em contato com outros resíduos, lixo, ratos, baratas e outros insetos. Sem contar que é material orgânico com restos de alimentos”.
O que fazer nesta situação?
Vitor lembra que a melhor solução é ligar para o 190 quando presenciar uma cena dessas ou caso não seja em flagrante, juntar todas as informações possíveis, como filmagens e placas de veículos e denunciar quem faz esta prática de recolher óleo ilegalmente. Em caso de dúvidas, o restaurante pode entrar em contato com a empresa responsável para confirmar se as pessoas que apareceram recolhendo o óleo vegetal usado são mesmo colaboradores autorizados. Antes de entregar o óleo, é sempre importante saber se a empresa tem todas as licenças e se os profissionais são identificados:
“Alguém vai comprar este óleo pirata e usar em um restaurante. O problema é muito sério e pode causar uma contaminação em bairros e cidades inteiras. Na revenda ilegal, este óleo custa mais barato, mas os perigos são inúmeros para a saúde e meio ambiente são exponenciais” completa Vitor.