Um incêndio no dia 29 de janeiro de 2024 assustou moradores do bairro Pacaembu em Cascavel, região oeste do Paraná, e a origem do fogo não foi gasolina, álcool ou algum outro combustível: o vilão foi o óleo vegetal. O incêndio, de proporções medianas e sem mortos ou feridos, se alastrou pelos tanques que armazenam óleo vegetal em uma indústria de frango. No incidente, dois tanques e um caminhão de uma empresa terceirizada foram destruídos.
A empresa divulgou nota explicando que o incêndio ocorreu nas torres de resfriamento e foi contornado com a atuação da Brigada de Incêndio em um primeiro momento até a chegada do Corpo de Bombeiros. O incêndio, aliás, começou quando procedimentos de manutenção da estrutura estavam sendo executados.
Perigo existe de verdade
Independente se o óleo é novo ou usado, o perigo é real. Vitor Dalcin, diretor da Ambiental Santos, empresa de reciclagem de óleo na Região Metropolitana de Curitiba, destaca que o perigo associado ao armazenamento de grandes quantidades de óleo vai além dos riscos biológicos e ambientais: o óleo, quando estocado por períodos prolongados, se torna uma verdadeira bomba-relógio quando não está armazenado corretamente:
“O óleo vegetal quando ultrapassa a temperatura do seu ponto de autoignição (cerca de 280 °C) pode ocasionar incêndios, e quem armazena esse material de maneira descuidada sem atender a legislação, está colocando em risco a integridade de imóveis e a vida das pessoas. Empresas como bares e restaurantes que realizam fritura não estão totalmente salvas desse risco, é preciso cuidado e realizar o descarte correto, agendado periodicamente, para evitar tragédias” enfatiza Dalcin.