Haverá um tempo em que o uso do óleo vegetal será tão rotineiro na composição dos combustíveis que o descarte irregular deste produto usado deixará de ser um problema ecológico. Essa afirmação passa pela Câmara dos Deputados que aprovou o PL 528/2020, popularmente conhecido como a PL do Combustível do Futuro e agora chega no Senado.
O projeto é uma vitória os defensores da política do baixo carbono nos combustíveis. Ao elevar a quantidade de etanol aplicada na gasolina e do biodiesel misturado no diesel, o Brasil está abrindo possibilidades de novos programas para a criação de novas frentes energéticas.
Em pouco anos, produtos como diesel verde, biometano e combustível sustentável para a aviação serão realidade no mercado. Para Vitor Dalcin, Diretor da Ambiental Santos, o texto, que segue para o Senado, é um marco não apenas para o setor de combustíveis, mas para a reciclagem de óleo vegetal:
“A reciclagem de óleo vai entrar em cena pelo acréscimo gradual da mistura do biodiesel no diesel que hoje é de 14% até chegar aos 20%, previsto para março de 2030. Esse acréscimo será de 1% ao ano e de forma contínua, ou seja, em seis anos teremos combustíveis mais corretos circulando pelos motores”.
Brasil na vanguarda
O programa alavanca o Brasil como um dos destaques da transição para baixo carbono, criando um ciclo completo do óleo vegetal. O que antes seria um problema ambiental, passa a ser resolução na produção de combustíveis.
Para o diretor da Ambiental Santos, a mudança é excelente para a tão procurada meta de redução das emissões de gases de efeito estufa por quilômetro rodado, com o Brasil seguindo a tendência mundial para criar diretrizes inovadoras capazes de neutralizar esses resíduos.
O lado positivo é que 100% do óleo vegetal tem potencial de ser usado em grande escala, mas para tal façanha será necessária uma grande conscientização sobre separar óleo usado para reciclagem poderá ser usado em grande escala:
“O mesmo óleo que serviu para preparar alimentos vai deixar o papel de vilão ecológico no momento do descarte e será peça fundamental para matrizes energéticas completas” finaliza Dalcin.